Um pai, uma mãe, o filho destes (Nuno), a sua mulher (Laura) e um amigo de família (Alexandre), todos numa casa de férias, num verão quente. Os dias repetem-se, pastosos, secos e amargos, num carrossel fechado, agoniante, de insultos e maus tratos e conflitos, ignorados ou escondidos por uma escuridão que os abafa. E apesar de a convivência se tornar cada vez mais intragável, de as acusações endurecerem, nenhuma mudança se descortina, nenhuma atitude que permita avistar um fim. A Minha Mulher de José Maria Vieira Mendes partiu da vontade de pensar em teatro sobre o embate travado por duas gerações. E acabou numa reflexão sobre a memória, sobre a repetição e o amor, sobre a escrita para teatro também e sobre o escuro. Esta peça começou a ser escrita depois da leitura de peça em um acto de Strindberg Brincar com o Fogo